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Grupos sociais, relações intergrupais e identidade social

  • Foto do escritor: Joseb S. Roque
    Joseb S. Roque
  • 14 de jul. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 9 de mar.


Autor: Joseb Silva Roque*


Esse resumo tem como objetivo trazer as principais ideias do capítulo Grupos sociais, relações intergrupais e identidade social do livro Psicologia Social: Temas e teorias de maneira sintetizada. Com o propósito de auxiliar no aprendizado das relações de grupo e suas formações de forma mais diretiva.


Os primeiros estudos acerca da vida social produzidos pela psicologia, foram publicados do fim do século XIX e princípio do século XX, se mostrando bastante negativos. O jurista francês Tarde e o advogado italiano Sighele entendiam que as multidões detinham uma mente coletiva.


Le Bon em Psicologia das Massas considerava que independente da escolaridade, o fato de fazer parte de uma massa, se perdia a individualidade e descia vários degraus na escala de civilização. Para ele devido ao anonimato da multidão o sujeito se sentiria livre para dar vazão aos seus instintos destrutivos, sendo assim o comportamento da multidão sempre seria violento e irracional.


Edward Ross estudava o papel da opinião pública, costumes e cerimônias como mantenedores da ordem social. Enquanto William McDougall defendia os instintos relacionados as emoções primárias, explicariam o comportamento nas relações sociais. Nessa época a sociologia era quem tinha o social com objeto de estudo enquanto a psicologia estudava o indivíduo e seu comportamento dentro da sociedade.


Freud explica haver laços de solidariedade entre os membros da massa, influenciando assim os estudos acerca da influência do sujeito, que se encontra como líder do grupo. Segundo ele os membros da massa se identificam com uma mesma pessoa, o líder. Todos os amam, porém não podem ser amados de volta devido ao seu grande número. Introjetivamente (verticalmente), os sujeitos se identificam com seu líder, que se torna o ideal do ego para eles e libidinosamente (horizontalmente), entre si. Em Totem e Tabu ele usa a horda primitiva como descrição paradigmática desse conceito.


Para F. Allport não existe uma psicologia dos grupos, pois, essencialmente a psicologia dos grupos tratava-se inteiramente de uma psicologia dos indivíduos. Tajfel defendia não poder se explicar os fenômenos sociais partindo de um processo individual, derivariam de naturezas diferentes. Os estudos dos grupos só cresceram após a Segunda Guerra Mundial.


Lewin transformou a noção de grupo em algo aceitável pelos psicólogos, também popularizou o conceito de dinâmica de grupos, sendo um dos pioneiros na investigação produtiva. Para ele o grupo é uma totalidade que difere da soma dos sujeitos, que o compõe, ou seja, o grupo tem sua própria estrutura, objetivos e relações sociais. A sociedade é uma rede formada por grupos.


Pode haver diferentes graus de interdependência mútua entre os indivíduos do grupo, desde menores que caracterizariam as categorias sociais, até uma interdependência mais estreita, caracterizando os pequenos grupos formais. Categorias ou classes como exemplo etnia, gênero, nacionalidade entre outros, não se enquadram como um grupo psicológico, porém podem fazer parte do objeto de estudo da psicologia social. Entende-se como grupo um conjunto de pessoas que tenham uma relação entre si. A interação “face a face” direta, que ajudaria a estruturar o grupo.


Freud tem como construção do grupo a participação de dois ou mais indivíduos, que detêm um objeto ou ideal em comum. Para psicanálise o grupo psicológico era organizado por pessoas com um mesmo objetivo, com norma comum e gerando satisfação nos membros do grupo. Cartwright e Zander vão definir o grupo como um conjunto de sujeitos que tem algum tipo de relação entre si, gerando o sentimento de interdependência.


A diferenciação grupal é estudada amplamente a muito tempo, sob o nome de etnocentrismo, tendo suas primeiras teorias oriundas da psicodinâmica. O etnocentrismo se manifesta no exagero das características peculiares do grupo, algo que ajuda a diferenciar dos outros.


Inspirado na psicanálise pode-se citar estudos sobre o preconceito realizados por Adorno, estudando a Personalidade Autoritária. O antissemitismo foi estudado e criado escalas de Etnocentrismo que incluía atitudes negativas para com às minorias e também de super valorarão e fidelidade a identidade cultural do grupo.


Dollard e colaboradores trazem a concepção de “bode expiatório” dentro da Teoria da Frustação-Agressão, onde as frustrações naturais da vida gerariam a diferença social. Sherif e colaboradores demonstram que a hostilidade entre grupos não é algo exclusivo dos traços de personalidade, mas das relações intergrupais. O fenômeno de diferenciação grupal estaria ligado aos conflitos intergrupais.


Tajfel e colaboradores observaram através de experimentos sociais o comportamento de endogrupo e exogrupo. Notando os resultados, chegaram a conclusão que os membros de um grupo maximizam seus ganhos em detrimento outro grupo, mesmo que seu grupo não obtenham ganhos altos, esse benefício relativo está ligado ao desejo de elevar seu grupo acima de outros.


Todos os sujeitos procuram uma identidade social para conseguir uma auto imagem positiva, que é conseguida com a diferenciação positiva no processo de comparação social. Essa identidade é um processo social, que ocorre em determinados contextos, propiciando a percepção da organização social, estabilidade, sua estrutura e legitimidade.


  • Bacharel em Psicologia pela Uninassau-JP, Pós graduado em Projeto e Desenvolvimento de Jogos Digitais pela Universidade Cruzeiro do Sul, Pós graduado em Psicanálise, Docência e Pesquisa para Área da Saúde, Docência do Ensino Superior e Tutoria em Educação à Distância pela Faculdade Dynamus de Campinas, Técnico de Enfermagem pela Escola Técnica de Enfermagem Rosa Mística, Palestrante e Escritor.

  • E-mail: josebroque@icloud.com

  • A reprodução parcial ou total desta produção sem autorização prévia ou créditos é expressamente proibida.

REFERÊNCIA


TORRES, A. R. R.; CAMINO, L. Grupos sociais, relações intergrupais e identidade social. In: CAMINO, L. et al. (Org.). Psicologia Social: Temas e teorias. Brasília, DF: Technopolitik, 2013. p. 515-539.


Link para matéria original na Revista Psitodos: Aqui


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