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Você Sabia o que é Metáfora?

  • Foto do escritor: Joseb S. Roque
    Joseb S. Roque
  • 12 de abr. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 26 de jul. de 2020


A metáfora é a figura de linguagem mais íntima e usada por todos nós, porém ela também é sem duvidas a mais injustiçada e incompreendida. A palavra se forma de um conjunto de símbolos e ela por sua vez tem um valor simbólico, dar significado aos nossos significantes. Contudo, o valor simbólico de uma palavra pode ser subvertido para outros tantos significados e a este processo damos o nome de metáfora. Entretanto, a metáfora pode ir além disso, sendo aplicada como um recurso de elaboração e compreensão de novas realidades.


Umberto Eco entende que para se compreender uma metáfora deve existir relações hipotéticas que levem a uma interpretação. Ela pode ser compreendida matematicamente, já que pode criar ligações entre dois ou mais termos parecidos, algo semelhante aos problemas matemáticos, estabelecendo equivalência, associações e pertinências entre os termos geralmente incomuns.


A compreensão da metáfora está ligada ao contexto sociocultural, pois deve haver uma inserção social e cultural do sujeito, fazendo com que os arranjos correlacionais entre os signos façam algum sentido. Essas pertinências, equivalências e proximidades amplificam as possibilidades além da linguística indo para ordens mais filosóficas e psicológicas, gerando grandes complexidades.


Seguindo a lógica da reflexão acima, podemos então chegar a um entendimento de que a metáfora vai além de uma comparação e analogia, sendo assim, ela transcende a linguística e passa a integrar-se a outros saberes. Com isso a metáfora passa a criar novas palavras e novos conceitos. Servindo como uma fonte enriquecedora dentro dos significados simbólicos ligados aos signos da palavra.


A complexidade enraizada na metáfora vai além do que podemos observar ao conhecer a figura de linguagem superficialmente. Cabe aqui citar George Lokoff e Mark Johnson, que compreenderam tal complexidade e subdividiram a metáfora em quatro (4) categorias:

  1. Metáforas estruturais: São as que utilizam um conceito estruturado metaforicamente e outro já existente. Ex.: Tempo é dinheiro.

  2. Metáforas orientacionais: Utilizam determinados conceitos ligados a outros com base na orientação espacial. Ex.: Ocorreu uma discussão de alto nível.

  3. Metáforas ontológicas: São utilizadas para trazerem experiências abstratas para o nível do real. Ex.: A inflação sufoca a economia.

  4. Metáforas imagéticas: Utilizam de uma imagem concreta para dar sentido a outra imagem concreta. Ex.: O Mediterrâneo é mar clássico, com águas de mármore azul.


Por fim, podemos ver com esse breve texto que a metáfora é uma importante construtora do diálogo entre sujeito e mundo, entre o interno e externo, entre a realidade e o nosso existir. Para além da linguística construímos filosofia com ela e com ela construímos o significado simbólico de nossa existência e maneira de se ver no mundo e de compreendê-lo.

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Referência norteadora:

FREITAS, A. C. O poder da metáfora. Conhecimento Prático Língua Portuguesa. ed.72. São Paulo: Escala ago./set., 2018.


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Joseb S. Roque

Psicólogo Clínico e Social - CRP-13/9254

(83) 9 9349-2500

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